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sábado, 12 de abril de 2008

Querido Fisco


Foi-me enviado por mail e não resisti a postar:

Querido Fisco
No meu casamento, que se realizou no dia ..., estiveram presentes 120 convidados: 89 adultos, 9 crianças e 2 bebés. A festa teve lugar na Quinta ... do meu padrinho Luís M. que me presenteou a boda. Como somos todos vegetarianos, comemos apenas sopas e saladas feitas com produtos que ele tinha lá na horta e frutas do seu vasto pomar (não há por isso facturas a declarar).
A minha tia Alzira S., que é costureira, fez-me o vestido e não cobrou nadinha, nem nos tecidos, porque aproveitou uns cortinados muito jeitosos que lá tinha, e ficou um vestido todo catita ao estilo antigo... O noivo usou o fato da Comunhão Solene com umas ligeiras alterações (a Tia Alzira também não cobrou nada).
O meu irmão foi o fotógrafo de serviço. Todas as fotografias foram enviadas aos convidados por e-mail, que imprimirão as que entenderem por sua conta.
Não foi alugada qualquer viatura. Eu fui na Charrete do Sr. José M., que andou comigo ao colo e é como um pai para mim. O Manuel ( o noivo) foi de mota: a mota dele que ainda está a acabar de pagar, conforme se comprova com documento do banco.
As flores foram todas do jardim da minha avó Margarida e a minha prima Mariana F. que é uma moça muito prendada fez os arranjos.

O padre é muito caridoso e há anos que presta serviço gratuito em todas as suas celebrações, em troca de orações pela sua alma quando morrer e umas malgas de sopa enquanto for vivo. Neste caso, veio comer sopa e frutas como os outros convidados e ficou a conta feita.
A animação da festa esteve a cargo do irmão e dos primos do Manuel, que têm uma banda - os 'Sempr'Abrir' que merecem ter sucesso. Só usam instrumentos artesanais fabricados por eles com cana e latas velhas, para além de uma harmónica que era do avô do primo Asdrubal. Fartaram-se de assobiar e também não cobraram nada.
Não pudemos aceitar nenhum dos presentes, uma vez que não vinham acompanhados dos recibos.
Os charutos cubanos que um amigo nosso nos trouxe de Cuba ficaram para nós, porque não os declaramos na Alfândega, e assim não os podíamos oferecer para agora provar o seu custo.
Os preservativos comprou-os o Manuel naquelas máquinas que estão longas horas ao Sol (porque é um rapaz muito introvertido), mas que não dão recibos, o que me permite escusar-me a revelar o seu número, não vá, daqui a alguns anos, lembrares-te de cobrar retroactivamente uma taxa pelas que foram dadas na lua de mel.

Um comentário:

Anônimo disse...

Este texto está demais =)...realmente é de partir o coco a rir lol... este país vai de mal a pior...